Conheça meu Orixá ou nosso Orixá "Novo" inedito...

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Conheça meu Orixá seu Orixá......

Na religião do batuque, o orixá Ogum é o dono do ferro e de todos os seus derivados, como armas e ferramentas. Também é dono da bebida alcoólica e é considerado o senhor da guerra. É esposo de Iansã, que o traiu com Xangô após embebedá-lo com uma bebida denominada atã.
Por ser o dono do “obé” (faca), sem ele não tem como outros orixás serem feitos. Qualquer sacerdote de orixá tem que ter Ogum em seus assentamentos, pois este é o dono do axé das facas. Por ser dono das armas, é invocado para vencer demandas. Pela mesma razão é o protetor dos policiais e dos soldados.
Na Nação Ijexá também são cultuados Ogum Avagã, Ogum Onira e Ogum Adjolá qualidades de Ogum que só existem no Batuque. Este último é um guerreiro guardião que trabalha na beira da água a mando de Oxum, Iemanjá e Oxalá. Ogum Avagã tem seu assentamento junto a Bára Lode, Oyá Timboa ou Adirã

 Particularidades do orixá:

Saudação - Ogunhê.Dia da semana - segunda-feira para Ogum Avagã e quinta-feira para os demais.
Número - 07 e seus múltiplos.
Cor - vermelho e verde.
Guia - vermelho e verde escuros.
Adjuntós - Avagã com Oyá Timboá ou Oiá Dirã, Onira com Oiá, Olobedé com Iançã, Adiolá com Oxum Pandá ou Iemanjá Bocí.
Ferramentas - alicate, espada, faca, bigorna, búzios, moedas, martelo, tenaz, lança e ferradura.
Ave - galo vermelho dourado.
Quatro pés - cabrito branco, vermelho, malhado ou escuro, menos preto.


Sincretismo Religioso:

Ogum Avagã - São Paulo
Ogum Onira, Olobedé e Adiolá - São Jorge

Os Arquétipos(filhos):
Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

 OGUN/GU/ROXIMUKUMBE

OGUM/GU/ROXEMUKUMBI - PARTE VII- QUALIDADES OGUM ANGOLA

 

ROXI MUCUMBI


QUALIDADES:


MUKUMBI (E) (Ligado à agricultura) - fundamento com Katende


BIOLE (^)  - fundamento com Pambunjila / Lemba / Zazi


EMBAMBIE - fundamento com Ngunsu


BAMBI MALÈ - fundamento com Kaiala


MINIKONGO - fundamento com Ngunsu


TOLODE - fundamento com Pambunjila / Lemba


TOLA - fundamento com Ngunsu


AMINIBU - fundamento com Danda


MALEMBE (qualidade antiga - quando Nkosi estava na descendente e passou nas terras de Zumbá)


KONGO MUKONGO ou KAJA MUKONGO - fundamento com Ngunsu / Katende


SINAVURIE(^) -  fundamento com Ngunsu / Telekompensu / Kaiangu


KAMINDERE (^) - fundamento com Kaiangu


TARAMENE(^) - fundamento com Aganji / Danda


TARIULÈ - fundamento com Kavungu


KAMBINDA - fundamento com Kavungu


ARONDI - fundamento com Pambunjila


NKOSI MAVAMBO  -  fundamento com Pambunjila (= Xorokê)


NGÓ(')  - fundamento com Hangolo / Hangoloméa


KONSENZA - fundamento com Wunji


PALAXO(') - fundamento com Kitembu


MUGOMESSÀ - fundamento com Kitembu / Katende / Kavungu


KARIRI - fundamento com Zazi / Mina Lugando

OGUM/GU/ROXEMUKUMBE - PARTE VI - QUALIDADES OGUM YORUBÁ

 

 

Ògún Meje – É o mais velho de todos, a raiz dos outros, Ògún completo, velho solteirão rabujento e muito sanguinário. É o aspecto do orixá que lembra a sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar o seu filho Adahunsi. Come nos cemitérios. Suas cores são o verde claro e o vermelho claro.

Ògún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido – Um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um dos seus mitos liga-o a Oxaguiã e Yemanjá quanto a sua origem e como ele ajudou Oxalá em seu reino fazendo ambos um trato. É o Òrìxá da casa de Oxalá, o grande guerreiro branco É um Ògún, como indica o seu nome, particularmente combativo. Tem temperamento rabugento, solitário.. Dizem que acompanha Ogúnté.. Em seu assentamento leva Osum e Waji; Não se pronuncia seu nome em vão e nem a noite;come inhame como todo Ogun. Veste branco e também o verde escuro e usa contas verde-claro. Cobre-se-se de Mariwo. Na Umbanda , Ogum matinada)

Lado Positivo

Dóceis, calmos, seguros, confiantes, os regidos por este tipo de Ogum são grandes negociantes. Amantes fiéis e dedicados à familia, são também verdadeiros guardiães de seu próprio patrimônio. Geralmente bonitos, talentosos e inteligentes, os de Ogum Já são grandes amigos e possuidores de autocontrole. São pessoas de decisões rápidas e seguras e donas também de exagerado sentimentalismo

Lado Negativo

Os regidos por Ogum Já têm, invariavelmente , um péssimo defeito: usam de falsidade, porém a exercem como tática de guerra. Atacam sempre pela retaguarda do adversário, não dando chances de defesa e tirando todo proveito do elemento surpresa. São rápidos no pensamento e gostam de ver o inimigo morrer lentamente, o que dá um sentimento impiedoso ao seu caráter.

 

Ògún Ajàká – É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, sanguinário, que em princípio se veste de vermelho e verde escuro, suas contas são iguais a vestimenta. Teria sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente. Na Umbanda, Ogum Naruê, Rompe Mato.

Lado Positivo

Corajoso acima de tudo, honesto, objetivo do tipo monarca, de muita sorte, senso de justiça, nobre, valente. Os filhos deste tipo de ogum se esforçam para serem perfeitos em tudo o que fazem. São hábeis e inteligêntes e normalmente são de muito fácil compreensão. Capazes de dar tudo de si quando amam, pois são amantes constantes e dedicados.

Lado Negativo

Altamente perigosos, quando estão irados. São extremamente sanguinários e impiedosos. Atacam por todos os lados e exterminan o inimigo. Não são falsos, mas semeiam a discórdia, a intriga; saem de perto e quando voltam, o fazem para exterminar e reinar. São egoistas e nervosos; querem tudo rápido e bem feito. Exigentes, são capazes de destruir algo que lhes incomoda e não têm pena de ninguêm. Nem de si proprios. Outras inúmeras qualidades existem, mas no cômputo geral, aqui foi colocado tipos de Oguns que representam os elementos Terra, água e Ar. o que dá um sentido amplo, às caracteristicas dos filhos deste Orixá.

 

Ògún Xoroke ou Ògún Soroke - Apenas um apelido que Ògún ganhou devido à sua condição extrovertida; soro = falar, ke= mais alto.Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. “Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se com Esú, agitado, instável, suscetível e manhoso.É um Òrìsá das terras Jeje um tipo muito perigoso. Dizem que foi amaldiçoado por seu pai e sua mãe. Conta a lenda que um vulcão entrou em erupção e SOROKÈ pulou de dentro dêle, em forma de fogo.É o senhor da noite, vive nos cantos das encruzilhadas, castigando os que por ali passam e profanam as oferendas ali colocadas. É o Òrìsá da vingança, pois seu temperamento é muito forte. Tem que ser feito no domínio do pai, Exú, e ambos no domínio da mãe, Iponda. Faz-se o ÈSÙ, escravizado por ÒGÚN, tendo que assentar ÒSUN. Não pode ser feito dentro do barracão. Tudo é duplo, até o QUELÊ. São dois assentamentos, um de ÈSÙ, sem massa e outro de ÒGÚN, com massa, sobre o ÈSÙ. Dança-se para ÈSÙ, ÒGÚN e ÒSUN. Na Umbanda chamado de Ogum Mejê, Sete Estradas, Sete Espadas.

Lado Positivo - Os regidos por este Orixá são de uma bravura sem igual. Dedicados e corajosos, geralmente são pessoas que se empenham para chegar a seus objetivos. Têm muito a ver com Exú e praticamente carrega quase todas as virtudes daquele. .

Lado Negativo - Vorazes, gananciosos e abusados, os filhos de Xoroquê não têm pena de cortar o pescoço dos seus inimigos. Não perdoam falhas, nem às suas proprias, chegando ao cúmulo de se autoflagelarem por um engano ou erro cometidos. São sábios para enredar e criar polêmicas; confusos, muitas vezes, mas agem às claras. Atacam sempre pela frente, numa avançada única e de resultado sempre positivo (para eles próprios). Daí o autocastigo quando falham. São rudes e extremamente exigentes e seu ponto preferido para o ataque é o coração. Impiedosos e malvados, não se curvam diante de ninguêm. Ostentam um grande valor de poder e grandeza, mesmo que na verdade não os tenha.

Ògún Meme – É um jovem guerreiro. Veste-se de verde claro e usa contas verdes como Ogum Já, mas de uma tonalidade diferente. Come com Oxalá e tem grande fundamento com Yemanja.

Ògún Wori /Waris (Warri, ou worin) – É um Ògún perigoso, dado da feitiçaria, ligado ao màriwò, aos antepassados. Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário o espírito dogmático. Nessa condição o orixá apresenta-se muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele aborrece-se. Um dos seus mitos narra que ele ficou momentaneamente cego. Veste verde-claro, come com Yemanjá e Oxalá. Gosta de comer cabritos pequenos, aprecia a carne de marreco e não come frango em suas obrigações. Na Umbanda, Ogum beira Mar, Sete Ondas e Iará.

Lado Positivo

É um tipo mais calmo. Os regidos por este Ogum são mais dóceis, mais lentos, mais emocionais, pois estão ligados à regência da água, através de Yemanjá Oxum e Logum Edé. Oxalá dá sua contribuição com o elemento Ar. Daí os filhos de Waris serem mais emotivos, carinhosos e atenciosos. São excelentes generais, pois estudam profundamente as estratégias. Amantes singelos, procuram sempre uma forma de agradar.

Lado Negativo

Os filhos de Ogum Waris usam táticas interessantes para chegar aos seus objetivos. Choram de forma mentirosa para enganar o inimigo. Usam de falsidade e intrigas e são mestres na arte de ludibriar. Atacam pelos flancos e são do tipo sádicos e temperamentais.

 

Ògún Ikola - É um ÒGÚN solitário que tem ligação com XOROQUE e Oxalá.. Come ÌGBÍN e veste-se de verde escuro ou vermelho. Adora galos vermelhos e bode de chifres grandes. É um Ogun que come junto com Osaguian, com Yemanjá Ogunte e Jagun. É o Ogun que é evocado quando se faz as curas.

 

Ogun Elemona - Mora nas matas e caça muito bem. É muito sério, áspero, não se apegando a ninguém, a não ser a sua própria família. Tem fundamento com Obaluaye e Exú.

 

Ògún Lebede (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de Ògún Akoro. Representam um tipo mais velho de Ògún, trabalhadores conscienciosos, severos, que “não brincam em serviço”, ciente de seus deveres como de seus direitos, exigente e rabujento. É um grande ferreiro e ferramenteiro. Veste-se de azul arroxeado e o vermelho. Contas iguais a roupa. Come com Exú e Yemanjá.

Ògún Akoró – É o irmão mais velho de Oxóssi, ligado à floresta, qualidade benéfica de Ògún invocada no pàdé. Filho de Ogúnté, Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor, cheio de iniciativa, protector seguro, amigo fiel, e muito ligado à mãe.

Ògún Oniré – É o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia., o dono de Iré, primeiro filho de Odúduwà. Oniré é um Ògún antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo é o cortador de cabeças, ligado à morte e aos antepassados; orgulhoso, muito impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.

Ògún Olode – Epíteto do orixá destacando a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, e é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha ao de Oxóssi.. Só come nos caminhos da mata e em seus assentamentos, come caça. Leva um ADEMATÁ – arco e seta

 

Ogum Ajo - Fica fora do barracão e toma conta da porteira. É o primeiro a ser saudado. Companheiro de ÈSÙ, ronda as encruzilhadas, comendo com ÈSÙ nas estradas. Veste-se e tem contas azul arroxeado.

 

Ògum Onije - É o Òrìsá que tritura, corta e provoca ferimentos. Não é aconselhável raspar este Òrìsá em seus filhos. Veste o verde escuro e o vermelho. Tem ligações com OYA YGBALÉ.

 

Ògún Popo – Seria o nome de Ògún quando foi à terra dos Jeje, é um tipo fanático.

 

Ògún Masa – Um dos nomes bastante comuns do orixá, segundo os antigos é um aspecto benéfico do orixá quando assim se apresenta, quando não um de seus  aspectos  é o desequilibrio, por alguns considerado como "o louco", o cortador de cabeças, tem fundamento com  Exú e Yemanjá, os únicos que conseguem abrandar sua ira. Usa vestimentas coloridas.

 



Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes.

 

 

OGUM/GU/ROXIMUKUMBE - PARTE V- VODUM GU/TOGUM

Gu ou Gun - Senhor da Guerra

 

 

Entre os praticantes do Vodu Fon, Gu é o senhor do ferro e das guerras, aquele que tornou o mundo habitável. Por isso suas atribuições são inúmeras:

Vodu da guerra, do fogo, da metalurgia, dos ferreiros, da morte violenta, protetor dos circuncidados, da cirurgia, das incisões e escarificações. É o vodun da tecnologia. Tem semelhança com o orixá Ogum dos Iorubas.

O seu culto foi introduzido ao sul do Daomé no final do século XVII, por ferreiros e sacerdotes iorubas.

Com o tempo tornou-se bastante popular, sendo bastante cultuado nos seus templos e casas de culto, além de ter seus oratórios em quase todos os outros locais de culto de voduns.

De acordo com Verger:

“Para os Fon do Daomey, Gun desempenha o mesmo papel que Ogum dos iorubas, mas, como Odùduà, é desconhecido em Abomey, Gun ai, é considerado o filho de Lisa e Mawu, versão fon de Orìsàálá e Yemowo. Maximilien Quénum o compara a Legba e assinala sua presença diante das forjas. Christian Merlo indica que "todos os templos" têm seu Gun, cuja virtude é fortificar o vodun."

Seu emblema principal é o Gubassá, uma adaga metálica adornada com desenhos, utilizada em diversos rituais, incluindo o culto de Fá.

 

 

 

 

                                                     GUBASA

 

A principal arma de Gu é o sabre, o Gubasa. É um instrumento mortalmente cortante e contundente. Os desenhos gravados sobre a lâmina, possuem um sentido que evoca a memória de Abomé. Da mesma forma o circulo e o losango sobre a extremidade da faca que assinalam a parte onde a lamina é mais perigosa. O triangulo recortado no canto da parte cortante chama-se azan yiyi, mi do xa mi, cabo de árvore, me ajude !

É a súplica das pessoas que temem a ira de Gu e o fio de sua lâmina. O triângulo oposto e o losango abaixo propiciam o poder conhecido como ace, ou a capacidade de vencer uma missão. A argola ou cintura aonde o cabo do sabre é afixado chama-se blabla na lingua fon. O Gubassá também é conhecido e utilizado no vodu haitiano.   

 

                                                       Gudaglô

  O Gudaglô, facão de tamanho menor, é um outro emblema, símbolo de proteção e defesa contra os inimigos.É um facão como o gubasa, porém sem desenhos gravados. Essa também pode ser a representação do zonkpè, o martelo da bigorna. Na iconografia fon, é representado segurando estes dois sabres, o Gubassá na mão direita e o Gudaglô na mão esquerda. Nas danças seus vodunsis (iniciados) seguram o Gubasá na mão direita e o adjá na esquerda.

 

 

 

 

 

Akansanwu

A vestimenta de Gu, é a tunica em faixas de algodão tecido, isso está sugerido nessas imagens de ferro. A forma se estreia nos ombros e se alarga no corpo. 

 

Alingle

O acessório que Gu segura na mão esquerda e aproxima da orelha ( como se fosse um telefone) é uma sineta, o ajá ( adjá). Ao contrario dos varios sinos e gongos que os africanos tocam com uma vareta pelo lado externo, o aja é percutido na parte interna próximo à base da cavidade. Esse instrumento é um acessório indispensável para os hunô, os sacerdotes do vodum.

                                                               

 

As ferramentas do deus daomeano, Gu

A imagem que os daomeanos apresentam do seu deus Gu, é uma estatueta de um homem de ferro segurando o facão e usando uma coroa sobre a cabeça.

 

 

 

Coroa de Gu

Essa coroa que ele carrega sobre a cabeça é formada por varias ferramentas que representam os seus atributos. Carregar sobre a cabeça não é algo aleatório na sua representação. A cabeça é o lugar por onde o vodun toma posse de seus adeptos.

Entre esses deuses, há os ta-vodun, carregados sobre a cabeça, e outros sobre os ombros.

Sendo Gu um guerreiro absoluto, sua função é estar em permanente prontidão, para qualquer tipo de combate. Sendo assim, nenhuma de suas armas podem lhe faltar. Essa coroa também é um Asen, altar movél, que se fixa sobre a terra.

 

Asen - Os acessórios do altar-coroa de Gu

 

 

1. Sosivi - o machado de Heviossô, um dos grandes deuses vodu, o do trovão. A forma desse machado assemelha-se com as dos Oshe Xangô dos iorubás. Tal como nas estatuetas desse deus, em que os cabelos das jovens é penteado em forma de machado duplo, sendo associadas por esse motivo à força do relâmpago e da fecundidade. Heviossô confunde-se com Xangô, o primeiro orixá, deus dos iorubás. Foi um antigo rei de Ifé, divinizado pelo povo. Guardião da ordem no pais vodum, aquele que persegue e fulmina os assaltantes.

2. Kponuhwan - bastão com ponta de lança.



 

3. Dan xèlè - símbolo ou ferramenta específica de Dan, outra divindade do vodum. Nesse panteão Lissa é um camaleão, Heviossô um trovão e relampago e Dan é a serpente piton e o arco-iris.

 

 

4. Nutonu - buril

 

5. Hwi : facão

 

 

 

6 - Alin - enxada

 

 

7. Kponuhwan ken non : dardo ou arpão.

 

 

8. Atakla - garra, arma para a luta corpo-a-corpo.

 

 

 

9. Glankpazunvazunva - podadeira. Esse nome significa literalmente glankpa : foice --zun : mato -- va : corta. É um instrumento usado para desbastar , mas que também serve de arma.

 

 

10. Mlen - anzol

 

 

11. Alingle- é o adjá, sineta de percussão usada pelos bokonon, sacerdotes- adivinhos de fa, o grande ancestral dos orixás iorubás.

 

O adjá é fixado na coroa com uma corrente.

 

 

Ogum Africa

 

Direitos autorais fotos Ó Nicolas - Desenho Garnier

 

JEJE

 

Existem varios Voduns pertencentes a linhagem de Togun, Vodum Guiugu é o mais velho deles que assim como outros participou de varias batalhas, donde se saiu vitorioso. Alguns Toguns:

 

 

VODUM HOÊ NAVAN - VODUM HOBÊNAN (ligado a agricultura) - VODUN NAGOEGIZÔ, esse alem de guerreiro é caçador, irmao de Vodum Loguem - o caçador - VODUM HUNTOBIAN

 

........Ogu (Ogu dentre os hula; Gŭ entre os fons; Ogun entre os nagôs; Ogum no Brasil)...... É a primeira divindade reverenciada antes de qualquer cerimônia para se garantir o bom êxito das mesmas. Recebe suas oferendas e libações no fogo, na terra, no ar ou na água, conforme a determinação do Fá (Ifá) ou do vodum. Doenças de pele que trazem a sensação de estar queimando, urticárias, e outras, estão relacionadas com este vodum quando associado ao fogo.
Seus filhos em geral denominados oguvi tem o arquétipo de pessoas destemidas, batalhadoras e generosas, e quase sempre passam pela mesa de cirurgia. Seus iniciados são os ogusi (ogunssi), e ogusivi para o iniciado mais jovem, já os filhos dentro do culto em outros cargos são denominados de ogujo (ogundjô em português), o mais velho ogujogan, e o mais novo ogujovi. Os ogusi respeitam o vodún sù (a proibição do vodum) de comer carne de animais abatidos por acidentes, carne seca ou salgada, bacalhau seco, peixes e crustáceos secos ou salgados, que Ogu não aprecia, e os hulas guardam as sextas-feiras para cuidar de seu fetiche que fica sempre depositado à entrada de uma cidade, casa ou templo, em um huntigomε (huntigomé é uma árvore que lhe pertença, como é o hunmatin, Ahoho ou Akoko) e atin sá (aos pés desta árvore em templos, ou em entradas de vilas e cidades como tovodun, o Togu), ou em seu gubaji (gunbadji) ou ogux
ɔ (oguho, seu quarto sagrado).
Os fons lhe dedicam a terça-feira (gùzangbè) e o domingo para todos os voduns, e principalmente sendo um alintin (coincidir com um dia sagrado).
Das doze divindades populares do culto yεhoué dos hulas, Ogu e Ahwanba (que se tornou Dangbé em Ouidah porquê veio dos adangbe) são as que mais se destacam nas cerimônias e festas, Ogu recebe sua reverência sempre no início das mesmas. (parte do texto postado por Ifabimi- Papo informal)

 

OGUM/GU/ROXEMUKUMBE - PARTE IV - OGUM NA UMBANDA

 


Ogum



Ogum representa a energia primária, causadora das transformações. Na Umbanda manifesta-se como um guerreiro. Esta é uma das divindades ou orixás que trabalham dentro das sete llnhas da Umbanda. A estas linhas estão subordinados todos os Guias falangeiros que trabalham de acordo com sua vibração original, atendendo ao postulado maior conclamado pelo caboclo das sete encruzilhadas.
Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer).
Reino: Orixá sem reino específico, que atua na defesa de todos os reinos em função. A Energia de Ogum está em todos os lugares. 
Dentro da Linha Espiritual de Ogum, na Umbanda, trabalham muitos Espíritos que controlam essas lutas, que são conseqüência direta da Lei de Causa e Efeito, reajustando tudo dentro da Grande Lei, por isso Ogum se manifesta como um soldado, cumpridor da Lei.
Ogum é um dos orixás mais importantes e responde por toda uma Linha de espíritos. Seus caboclos são invocados por aqueles que necessitam de ajuda mística em alguma disputa ou demanda judicial. É o guerreiro, general destemido e estrategista, desbravador e protetor dos desamparados, além de ser o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente e valente, traz na espada tudo o que busca. As cores de suas guias variam conforme a região e influências do candomblé ou do batuque.Na Bahia azul-marinho ou verde, no Rio Grande do Sul, são verde, vermelho, branco (e em alguns terreiros estas associadas ao preto sendo que no caso de Ogum Beira-mar, verde, vermelha, branca e azul claro). A grande parte dos umbandistas  utiliza a cor vermelha para guias e velas dedicadas a este orixá. Sua bebida energética é a cerveja branca.

Em linhas gerais o médium, quando incorporado de um falangeiro de Ogum, costuma se apresentar como um soldado, com capa vermelha, capacete, escudo e espada, simbolizando a luta e a defesa.
Ogum domina a primeira Linha de Umbanda, que controla todos os fatos de execução e cobrança do carma de cada indivíduo ou grupo, daí serem soldados.



FALANGES DE OGUM

1. OGUM BEIRA-MAR  - Na areia do mar é conhecido como Beira-Mar e nas ondas é Ogum Sete Ondas. Suas cores são vermelha e branca. Atua na ronda da Calunga Grande (mar, oceano) e no reino de lemanjá. As oferendas são feitas na areia molhada, sobre um pano branco com bordas vermelhas.
Colaboradores de Iemanjá, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete-Ondas trabalha sobre as ondas. Aceitam oferendas com velas nas cores branca, verde, vermelha e azul-clara.
2. OGUM ROMPE-MATO - Esta falange costuma trabalhar cruzada com Oxossi, nas matas e nas pedreiras, onde também é conhecido como Ogum das Pedreiras, trabalhando cruzado com Xangô. Suas cores são branca e vermelha, algumas vezes verde e vermelho, combinando com o branco. As oferendas para Ogum Rompe-Mato devem ser feitas na entrada da mata; Ogum das Pedreiras recebe suas oferendas em volta de uma pedreira.
3. OGUM MEGÊ - Sua falange trabalha na Calunga Pequena (cemitério), na calçada que o cerca, diretamente com as almas. Suas cores são branca e vermelha e suas oferendas devem ser feitas em volta do cemitério.É colaborador de Iansã; seu nome significa “Sete”. É o guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando diretamente com a Linha das Almas.
4. OGUM NARUÊ -  Trabalha basicamente no des­manche da magia negra, dentro da Linha das Almas, exercendo seu domínio sobre as almas quimbandeiras. Suas cores são branca e vermelha.  Seu nome significa “Aquele que é o primeiro a gerar valor”.  Aceita suas oferendas com Ogum Megê ou, ainda, dentro ou fora dos cemitérios ou nas matas em lugares propicios para estes rituais, nas cores branca e vermelha. Alguns incluem uma pedra-ímã nos itens a oferecer-lhe.
5. OGUM MATINATA - Defende os campos onde são feitas as oferendas para Oxalá, bastante comuns em colinas floridas. Não há muitos médiuns que conseguem tê-lo como Guia, pois é bastante difícil de incor­porar. Suas cores são branca e vermelha, predominando mais o branco. Suas oferendas devem ser entregues em campos com muitas flores. Apesar de guardar as oferendas de Oxalá, não vibra diretamente com o mesmo.
6. OGUM IARA - Esta é a falange que trabalha nos rios, lagos e cachoeiras, grande colaborador de Oxum. Suas cores são branca e vermelha e também, algumas vezes, verde e vermelho, simbolizando a mata. Suas oferendas devem ser feitas em rios, lagos e cachoeiras.Seu nome significa “Senhor”, trabalhando para Oxum. Suas oferendas deverão ser entregues na beira de rios, lagos ou cachoeiras, onde vibram, nas cores vermelha e branca ou verde e branca.

7. OGUM DELE (ou de Lei) - Traz consigo a vibração pura de Ogum e trabalha para todo o planeta. É a própria Lei regendo os reajustes cármicos. Suas oferendas podem ser feitas em qualquer lugar do mundo, acrescida de uma vela oferecida ao tempo.Seu nome significa “Aquele que Toca o Solo”. São eles que trabalham diretamente no carma e sua cobrança, rondando o mundo. Suas cores são vermelha e branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.

Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jorge, tem o seu dia comemorado em 23 de abril.
Elemento: fogo.
Dia da Semana de vibração maior: terça-feira
Planeta: Marte
Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.
Suas vestes : são roupas vermelhas e brancas, com uma capa vermelha. Fica a critério do médium o uso do capacete.

Planta : Espada de São Jorge
Flor : Palmas brancas e vermelhas
Local : Humaitá e campinas, beira de trilhos do trem.
Símbolos : espada e lança, além do escudo.
Saudação : Ogum Inhê meu pai! Patacorê Ogum !

OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar).

Oferendas: todas as falanges citadas recebem velas nas cores indicadas, cravos vermelhos (alguns aceitam cravo branco também), cerveja branca, ou, menos comum, vinhos, charutos e fósforos, sobre um pano branco.

Oferenda para o Orixá Ogum realizada na Praça de Ogum no Santuário Nacional da Umbanda - Abril de 2010 - Foto: Direitos reservado à Pai Evandro de Ogum

http://www.flickr.com/photos/evandrodeogum/

 

EU PEDI A OGUM


Eu pedi a Ogum, para retirar os meus vícios.
Ogum disse: Não!
Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles.
Eu pedi a Ogum , para fazer meu filho aleijado se tornar completo.
Ogum disse: Não!
Seu espírito é completo, seu corpo é apenas temporário
Eu pedi a Ogum para me dar paciência.
Ogum disse, Não!
Paciência é um subproduto das tribulações; Ela não é dada, é aprendida.
Eu pedi a Ogum para me dar felicidade.
Ogum disse: Não!
Eu dou bênçãos; Felicidade depende de você.
Eu pedi a Ogum para me livrar da dor.
Ogum disse: Não!
Sofrer te leva para longe do mundo e te traz para perto de mim.
Eu pedi a Ogum para fazer meu espírito crescer.
Ogum disse: Não!
Você deve crescer em si próprio! Mas eu te podarei para que dês frutos.
Eu pedi a Ogum todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
Ogum disse: Não!
Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas.
Eu pedi a Ogum para me ajudar a AMAR os outros, como Ele me ama.
Ogum disse: . Ahhhh, finalmente você entendeu a idéia.. Muita Luz!
Autora: Renata de Oxossi

OGUN/GU/ROXIMUKUMBE - PARTE III - ARQUETIPO DOS FILHOS DE OGUN

 

 

Os Filhos de Ogum são tidos como brigões, mas é errôneo este pensamento. São mais intransigentes e obstinados do que propriamente brigões. Ogum representa o Espírito da Lei e seus Filhos têm esta característica bem predominante. Raramente pondera as coisas: se o regulamento é este, então, tem que ser seguido a qualquer custo. Toda Lei tem que ser estudada, para obter-se o seu verdadeiro sentido, para saber o seu espírito. Porém, para o Filho de Ogum, ele é usada com parcimônia. Ele segue a Lei sem ligar se ela serve para este ou aquele caso. É a Lei, tem que cumprir, implacavelmente. O pai de família, Filho de Ogum, não dá muitas chances de diálogo para seus filhos. É inflexível e radical. Usa uma lei para si e outra para os outros. É vaidoso, não gosta de ser contrariado em suas opiniões. Raramente “arreda pé” de sua posição, mesmo quando não dá certo. Quer sempre fazer prevalecer o seu ponto de vista. Não recua nenhuma vez em suas decisões. Tem sempre tendências para resolver as coisas para o seu lado, de qualquer forma. A mulher, Filha de Ogum é mais querelante do que briguenta. É mais belicosa e de atitudes extremadas. É excelente mãe de família, porém, coitado do filho que não andar direito: ela é do tipo que bate primeiro para depois perguntar onde foi o erro. O Filho de Ogum é dado a fazer conquistas, tem facilidade de relacionamento com o sexo oposto de qualquer filiação de Orixá. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio.

Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

OGUN/GU/ROXEMUKUMBE - PARTE II - CARACTERISTICAS

 

 

Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após ter sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. É filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro, na verdade foi Ogum quem deu as armas de caça à Oxossi. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.

A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.

Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .

É o dono do Obé (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) – folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção).


Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exú. Se Exú é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.
Uma frase muito dita no Candomblé, e que agrada muito Ogum, é a seguinte: “Bi omodé bá da ilè, Kí o má se da Ògún”. (Uma pessoa pode trair tudo na Terra Só não deve trair Ogum).
Ogum foi casado com IANSÃ que o abandonou para seguir XANGÔ. Casou-se também com OXUM, mas vive só, batalhando pelas estradas e abrindo caminhos.
Considerado o mais guerreiro, violento e implacável de todo o Panteão. É o deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protetor dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhadeiros, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.


É o conquistador. ELE se fez respeitado em toda a África negra devido ao seu caráter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de OGUM.
OGUM é um ORIXÁ importantíssimo na África, Brasil e em Portugal.
Foi OGUM quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um conjunto de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
Em todos os cantos da África negra OGUM é conhecido, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome de muita gente também, por isso antes de ser temido OGUM é amado.
A Espada! Eis o braço de OGUM.
O campo de atuação de OGUM é a linha divisória entre a RAZÃO e a EMOÇÃO.
No Ketu, costuma-se dizer que OGUM é aquele que está sempre vigilante, marcial, extremamente disciplinado e sempre pronto para agir onde quer que seja chamado. Mas temos que chamar este ORIXÁ corretamente, pois ELE conhece e domina todos os caminhos e nunca se perde.
Os locais consagrados a OGUM ficam SEMPRE ao ar livre, na entrada das casas ou roças de CANDOMBLÉ.
OGUM é o que sempre vence as demandas para as pessoas. Mas temos de ter muito cuidado com aquilo que pedimos para ELE. Se OGUM achar o pedido injusto, ELE se volta contra quem fez o pedido.
Fisicamente, OGUM é magro, mas com músculos e formas bem definidas. Partilha com EXÚ o gosto pelas festas e conversas infindáveis e gostam de brigas boas. Se não fizerem a sua própria briga, compram as de seus amigos e colegas.
Sexualmente Ogum é muito potente e vivia trocando constantemente de parceiras, pois têm dificuldade em se fixar a uma pessoa ou a um lugar.
OGUM gosta de pisar a terra com os pés descalços. É batalhador e não mede esforços para atingir seus objetivos. E mesmo contrariando a lógica, luta insistentemente e vence.
OGUM não se prende à riqueza, o que ganha hoje, gasta amanhã. OGUM gosta mesmo é do PODER, gosta de comandar, é um líder nato.

OGUN/GU/ROXEMUKUMBI - PARTE I

                            

 

Grande artífice da natureza, Ogum é o eborá que personifica o homem pré-histórico. Ele é um dos pouquíssimos eborás cultuados por quase todo o território iorubá.

Ogum é desbravador, conquistador, guerreiro feroz e destemido. Foi o deus Orixá Oguian quem lhe ensinou a lutar e a trabalhar com o ferro e com a agricultura. Mas foi Ogum quem entregou os segredos dessa cultura aos homens. Por isso ele é chamado de Ogum Alagbedé, o ferreiro. Ele confeccionava as ferramentas para poder cultivar a terra de forma que também ficou conhecido como o deus da agricultura, daí a importância desse eborá para todos os povos de língua iorubá.

Segundo a mitologia iorubá, é o filho primogênito de Oduduá, fundador dos iorubás. É considerado o mais ativo entre todos os eborás. Aliado poderoso, guerreiro feroz,  Ogum é líder, centralizador de poder e hábil estrategista.

O culto a deuses guerreiros que portam armas de ferro seria uma exclusividade da civilização européia de raízes greco-romanas? Uma rápida olhada no culto de orixás da Nigéria e do Benin mostrará que não.

O fotógrafo e etnólogo Pierre Verger, que foi um dos maiores conhecedores da cultura afrobrasileira, afirma que Ogum é, provavelmente, a divindade mais popular e de culto mais difundido na África Ocidental. Pode ser considerado o orixá nacional do povo iorubano da Nigéria. É apresentado em algumas lendas como filho de Iemanjá e Oraniã, enquanto em outras é o filho mais velho de Odudua, o fundador de Ifé (Odudua é um orixá masculino e seu culto quase desapareceu no Brasil, onde foi assimilado como um dos aspectos de Oxalá).

Na condição de filho do rei, Ogum conduziu e venceu várias guerras contra os reinos vizinhos, tendo destruído a cidade de Ará e conquistado a de Irê, fato que é, aliás, tema de um ponto (cantiga litúrgica) cantado até hoje nos terreiros do Brasil.

Na África, Ogum é o deus do ferro e dos ferreiros, da guerra, da caça, da agricultura, e de todos os trabalhadores que utilizam instrumentos de ferro, como açougueiros, marceneiros e barbeiros. É fácil perceber sua identificação funcional com o Ares-Marte greco-romano e também, em parte, com o Hefesto grego. Depois da popularização do automóvel, Ogum passou a ser cultuado como protetor dos motoristas e dos mecânicos, sendo comum, em algumas regiões da Nigéria, a prática de sacrificar um cachorro e verter seu sangue sobre o motor de um carro recém-adquirido, como proteção contra acidentes. Vemos aí um inesperado vínculo com o Ares-Eniálio de Esparta, a quem também se sacrificavam cães.

O número sete é associado a Ogum em função de uma lenda sobre a conquista de Irê, onde ele se teria dividido em sete partes para administrar as aldeias, em igual número, que circundavam aquela cidade. Por isso, os fetiches de Ogum (objetos mágicos que carregam a força do orixá) são sempre constituídos por instrumentos de metal pendurados em uma haste, em número de sete ou de seus múltiplos. Mais adiante veremos como isso também vincula os mitos iorubanos e gregos. Outros símbolos do orixá são a espada e o Mariuô (do iorubano màriwò), saiote de folhas desfiadas do dendezeiro que, além de servir de vestimenta em determinadas cerimônias, pode ser também pendurado sobre as entradas da casa para proteger de más influências e espantar os eguns (espíritos dos mortos).

Os locais consagrados a Ogum normalmente situam-se ao ar livre (como ocorria também com o Ares grego), às vezes protegidos por uma cerca de plantas nativas chamadas peregun (Dracena), e são palco de sacrifícios periódicos de seus animais preferidos, o cão e o galo, acompanhados de oferendas de vinho de palma, feijão, inhame cozido e azeite de dendê.

 De acordo com as lendas, Ogum teve uma vida amorosa bastante agitada. Entre suas mulheres, contam-se Oiá (Iansã), Oxum e Obá. O orixá Oxóssi às vezes aparece como um de seus filhos. Ogum é temido e respeitado pela violência e natureza guerreira: um juramento feito em seu nome é considerado o mais solene de todos e digno de absoluta confiança. Alguns oriki (cantos de louvação) falam com bastante eloqüência do temor provocado pelo orixá, como estes recolhidos por Pierre Verger:

 

Ogum que, tendo água em casa, lava-se com sangue.

Ogum come cachorro e bebe vinho de palma.

Ele mata o marido no fogo e a mulher no fogareiro.

Ogum que come vermes sem vomitar.

 

As semelhanças com o Ares grego são bastante evidentes, especialmente no que diz respeito às explosões de fúria imotivada. Apesar de popular, Ogum é temido pela violência incontrolável e espantosa que é capaz de demonstrar quando provocado. As imagens que o falam de sangue, de cães e de fogo também são inequívocas nas referências a características marcianas.